REQUALIFICAÇÃO DA ORLA DE BOA VIAGEM, SALVADOR
Apresentado como Trabalho de Finalização do Curso de Arquitetura e Urbanismo, o projeto tem como princípio estruturante a qualidade de vida dos moradores do bairro de Boa Viagem. O trabalho propõe a retirada de um bloco de construções, sem valor patrimonial em relação ao conjunto arquitetônico do Largo da Boa Viagem, e que está localizado em cima da faixa de areia, no recorte que vai da Praia de Boa Viagem até ao Forte Monte Serrat.
Edificações essas que limitam o uso da praia pelos banhistas, além de criar um bloqueio visual de toda a paisagem da orla. O projeto propõe então um novo desenho de orla, que atenda, com base em pesquisa popular e referências bibliográficas, as necessidades da população, e um centro cultural, que foi proposto, utilizando uma edificação histórica, para abrigar parte dos usos das construções que seriam retiradas, como teatro, sala de artes, espaço multiuso, informática e sala de exposição. Servindo de apoio à comunidade, além de exemplificar como a estrutura de uma edificação histórica pode ser utilizada em benefício da comunidade, e sem a necessidade de edificar em terrenos inapropriados, ou em área de risco.
LUGAR
Salvador
ARQUITETO
Marina Hagedorn
ANO
2022
TIPO
Urbano
ESCALA
11.231,31m²













QUIOSQUE
Com a forma inspirada na Raia, o quiosque foi projetado a fim de dar dinamismo a forma e aproveitar da melhor forma os espaços do quiosque. Com essa base, dois modelos foram criados, primeiramente o quiosque único conta com o espaço de quase 30m2, no qual abriga uma grande cozinha e um depósito em seu interior. Já o quiosque duplo é dividido em duas áreas, de atendimento e preparo distintas, contando ambos com um sanitário unisex, equipamento que atualmente praticamente não existe nesta parte da orla.
A cobertura pensada, a priori, para edificação seguia um modelo similar aos quiosques de comida presentes em outros pontos de Salvador. Entretanto por conta da originalidade da forma proposta, o telhado com estrutura de madeira e telha colonial foi abandonado, em favor das lonas tensionadas. Essas que permitem um desenho mais ousado das águas da cobertura e se relacionam entre si independente dos quiosques, e cobrem não somente a construção, mas também áreas de convívio criadas entre eles, para a permanência e contemplação da população.


Pespectiva de desenvolvimento - Quiosques


CENTRO DE CULTURA
O programa do Centro de Cultura é distribuído nos dois pavimentos de um antigo edifício histórico localizado no Largo de Boa Viagem, e de relevância para o conjunto arquitetônico da área. Conforme levantamentos in loco, a estrutura das fachadas foram reaproveitada, e algumas paredes das divisórias originais do edifício. Entretanto a cobertura, atualmente em ruínas, foi remodelada para abrigar um reservatório de água, caixa de elevador e uma claraboia para iluminar um átrio central de convívio que interliga os dois pavimentos da edificação. Ainda na fachada foram criadas novas aberturas para esquadrias no térreo, seguindo o ritmo do segundo pavimento, que haviam sido fechadas por conta dos diversos usos e reformas os quais a construção já passou.
O projeto buscou separar a entrada dos usos técnicos e da comunidade, tendo o primeiro acesso pela lateral, chegando em uma recepção e um bloco de serviço que funciona independente do restante da edificação. Já o público entra pelo Largo da Boa Viagem chegando num foyer que leva a sala de exposição, e depois chega no café que contém uma grande área de convívio, sanitários, depósito e acesso ao primeiro pavimento. O primeiro andar da edificação foi destinado a salas de aula de dança, informática, música e artes, além de uma sala multiuso, todas essas destinadas ao uso da comunidade local.



